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Título: COMÍCIO/ CONTRA A CAMPANHA ANTI-SOCIALISTA/ PARTIDO SOCIALISTA
Nº 139
Anunciante: PS - Partido Socialista
Tipografia: Empresa do Jornal do Comércio
Local de Impressão: Lisboa
Data de Impressão: 1975
Dimensões (cm): 30x21
Tiragem: 7.000
Cor: Cor
Assunto: PS - Partido Socialista
Comício
Género: Anúncio de iniciativa político-partidária
Tipo de Cartaz : Cartaz-panfleto
Impressão: Offset
Artista: Incógnito
Autor do Texto: Incógnito
Arquivo: Câmara Municipal de Lisboa
Comissão Nacional de Eleições
Observações ou identificação da fonte:
Câmara Municipal de Lisboa
Colecção Neves Águas,
cota nº CT.NA 19/A.
Existe também um exemplar em versão 'cartaz', com as dimensões de 85x64 cm, na Comissão Nacional de Eleições
Comissão Nacional de Eleições, cota nº CNE-CT-76/A-5
Transcrição do texto:
-IMPRESSÃO NA FRENTE -
CONTRA A CAMPANHA ANTI-SOCIALISTA
CONTRA O DESEMPREGO
CONTRA O AUMENTO DO CUSTO DE VIDA
NEM CAPITALISMO DE FACHADA DEMOCRÁTICA
NEM DITADURA DE FACHADA SOCIALISTA
SOCIALISMO EM LIBERDADE
O PODER DEMOCRÁTICO DOS TRABALHADORES
14 de FEVEREIRO
às 21.30h - 6ª Feira
CAMPO PEQUENO
(praça de touros)
LISBOA
COMÍCIO
PARTIDO SOCIALISTA
- IMPRESSÃO NO VERSO-
O Partido Socialista, ao convocar os trabalhadores e o Povo Português para o seu grande comício no Campo Pequeno, entende que é seu dever ripostar à campanha de calúnias e insídias anti-socialistas, denunciar as tentativas de isolamento que culminaram com a proibição da manifestação do dia 31 de Janeiro, demonstrando que o aval a qualquer manifestação com o objectivo inconfessado de desencadear uma desmobilização socialista, leva, não ao que esses círculos pretendem – a derrota do socialismo e das liberdades – antes o reforço das fileiras dos militantes socialistas. Foi o medo que os levaram à posição do 31 de Janeiro. Medo, não de não verem senhoras com casacos de peles, medo não da reacção ou de qualquer maioria silenciosa, mas sim fundamentalmente de virem a assistir a uma grande manifestação da classe trabalhadora em redor do partido que mais vitalmente defende os seus interesses e consequentemente os apoia na sua luta pela unidade pela emancipação económica e política.
Há quem diga que o PS é anti-comunista. O PS não é um partido anti-comunista. O PS não embarca, nem embarcará, em campanhas anti-comunistas. Mas tem sido alvo de uma campanha anti-socialista!
O PS entende que a consolidação do processo revolucionário em Portugal passa pela aliança do MFA com todas as forças democráticas.
O PS luta por uma via socialista democrática e considera que é possível a curto prazo a realização desses objectivos. Tem no entanto o dever de alertar o Povo Português contra quaisquer tentativas tendentes a interromper esses processo e que se proponham instaurar um regime autoritário, seja de que signo for. Exige o combate a toda e qualquer tentativa, em nome de uma pseudo-revolução, suprimir as liberdades concretas dos trabalhadores.
Essas tentativas não só comprometeriam gravemente o processo revolucionário, como abririam passo à escalada da reacção.
Demonstremos publicamente que o socialismo que pretendemos não é a ditadura de um partido, nem o controlo do Estado sobre os trabalhadores. Se, por essa via, continuar a subsistir uma forma de opressão política sobre os trabalhadores, ainda que em nome deles; se por essa via, surgem vanguardas auto-proclamadas que manipulem as decisões que só aos exploradores dizem respeito; se, por essa via, caminhamos para a estratificação que é a própria negação do socialismo democrático, então temos de dizer NÃO à constituição de uma casta burocrática que monopolize o poder político, decida dos grandes planos económicos e sociais e da utilização e da apropriação do produto do nosso trabalho – a mais valia.
A ser assim, manter-se-á a exploração do homem pelo homem, a exploração dos trabalhadores pelo aparelho burocrático, pelo Estado – é isso o capitalismo de Estado de fachada socialista. É ISSO QUE NÃO QUEREMOS.
Demonstraremos que há condições em Portugal para o socialismo assumir a forma do poder democrático dos trabalhadores – o controlo dos trabalhadores sobre a vida económica, política e social.
Este socialismo avançado implica o aprofundamento e exercício das liberdades democráticas. Renuncia a toda a tentativa de sobreposição à vontade das massas populares dessas mesmas liberdades.
Proclamemos uma política de não-alinhamento e de independência nacional!
SIM AO PARTIDO DA LIBERDADE DO SOCIALISMO E DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL!
SIM AO PARTIDO SOCIALISTA! |