Título: DERROTEMOS A REACÇÃO!/ MDP-CDE

Nº 199

Anunciante: MDP-CDE - Movimento Democrático Português - Comissão Central do MDP-CDE
Tipografia: Desconhecida
Local de Impressão: Desconhecido
Data de Impressão: 1975
Dimensões (cm): 43x31
Tiragem: Desconhecida
Cor: Cor

Assunto: MDP-CDE - Movimento Democrático Português - Comissão Central do MDP-CDE
Contra- revolução
'Verão quente de 1975'
MFA
PPD - Partido Democrático Popular
CDS - Centro Democrático Social
Reforma Agrária
Sindicatos
Comissões de trabalhadores
Género: Esclarecimento
Tipo de Cartaz : Jornal de parede
Impressão: Offset
Artista: Incógnito
Autor do Texto: Incógnito
Arquivo: Comissão Nacional de Eleições


Observações ou identificação da fonte:
Comissão Nacional de Eleições, cota nº CNE-CT - 339/A-5

Transcrição do texto:
DERROTEMOS A REACÇÃO

1
Continua a alastrar perigosamente a onda de violência desencadeada pelas forças reaccionárias, nomeadamente no centro e norte do País.
Contam já por mais de duas dezenas as sedes de partidos progressistas assaltadas, saqueadas ou incendiadas. Acumulam-se os ataques reaccionários às autarquias locais geridas por homens honestos e devotados à revolução, sindicatos, comissões de trabalhadores e de uma forma geral todas as estruturas democráticas e populares têm sido especialmente alvo do furor reaccionário. Militantes de partidos progressistas e delegados sindicais têm sido espancados, perseguidos, procurados nas próprias residências e sido objecto de tentavas de saneamento dos seus locais de trabalho.
No sul, os latifundiários tentam, através de acções violentas, resistir ao avanço da reforma agrária.
Nos últimos dias, em Estremoz, Sever do Vouga, Águeda, S. Pedro do Sul, Vila Nova de Famalicão, Póvoa do Lanhoso e Fafe, a reacção voltou a afirmar que não desiste do plano contra-revolucionário que está em marcha: criar no País uma situação de fortíssima instabilidade, espalhar o medo e a insegurança nas populações, isolar e atemorizar os militantes revolucionários, desprestigiar o MFA, beneficiar das dificuldades causadas ao processo revolucionário pela actuação irresponsável dos dirigentes do PS e do PPD, tudo na perspectiva de abrir caminho ao derrubamento da ordem democrática instaurada com o 25 de Abril e promover o regresso à ditadura fascista.

2
Nenhuma dúvida deve subsistir sobre a existência desta conspiração e de que são estes os seus objectivos. A acção de grupos provocadores fascistas em que é notória a participação de elementos do PPD e do CDS, deslocando-se de terra em terra, fomentando incidentes e desencadeando violências de toda a ordem não pode ser confundida com descontentamento popular.
Como se tem visto, as hesitações e a benevolência que até agora tem caracterizado a actuação de algumas forças militares e militarizadas apenas tem servido para estimular os reaccionários ao lançamento de novos ataques.
Muitas das acções reaccionárias foram antecipadamente denunciadas e apesar disso não foram desarticuladas. Apesar de se conhecerem os nomes de grande parte dos agitadores e caciques envolvidos nestas actividades, estes continuam a ameaçar impunemente o exercício das liberdades, a desrespeitar a ordem democrática, a ofender o MFA.

3
Esta situação não pode continuar. É necessário castigar firmemente a reacção. É necessário que a revolução se defenda e que o faça usando os meios necessários para tirar aos fascistas qualquer veleidade de liquidar as liberdades e reinstaurar a ditadura. É necessário apurar em profundidade todas as ligações e envolvimentos nesta manobra reaccionária e punir severamente e exemplarmente todos os responsáveis, de acordo com os crimes cometidos.
Não há tempo a perder.
O MDP-CDE, saudando todos os militantes revolucionários que em condições extremamente difíceis têm enfrentado com coragem a reacção, considera imperioso que o poder democrático combata com firmeza as actividades reaccionárias e apela para o rápido desenvolvimento de vastas acções de esclarecimento que isolem os agitadores, estabeleçam a iniciativa política revolucionária nas zonas mais afectadas, contribuam para a grande derrota da reacção, em defesa da liberdade, da ordem democrática, das conquistas populares, e do avanço da reacção.

4.8.75
A COMISSÃO CENTRAL DO MDP-CDE