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Cartaz: AS LIBERDADES EM PERIGO! URGE ESMAGAR A REACÇÃO FASCISTA!/ PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
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Título: AS LIBERDADES EM PERIGO! URGE ESMAGAR A REACÇÃO FASCISTA!/ PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS

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Anunciante: PCP - Partido Comunista Português
Tipografia: Desconhecida
Local de Impressão: Desconhecido
Data de Impressão: 1975
Dimensões (cm): 67x47
Tiragem: Desconhecida
Cor: Cor

Assunto: PCP - Partido Comunista Português
\'Verão Quente de 1975\'
Dinis Miranda
Lino Lima
Lisete Moreira
Género: Esclarecimento
Tipo de Cartaz : Jornal de parede
Impressão: Offset
Artista: Incógnito
Autor do Texto: Incógnito
Arquivo: Câmara Municipal de Lisboa


Observações ou identificação da fonte:
Câmara Municipal de Lisboa
Colecção Neves Águas,
cota nº CT.NA. 1928/C

Transcrição do texto:
AS LIBERDADES EM PERIGO!
URGE ESMAGAR A REACÇÃO FASCISTA!
A violência fascista está à solta. É urgente unir todos os antifascistas e agir decididamente para defender as liberdades.
Multiplicam-se os crimes fascistas
Em muitas regiões do nosso país, e hoje com particular incidência no Norte, multiplicam-se os actos e crimes fascistas.
Sucedem-se cercos, assaltos, saques, incêndios e destruições, como em Famalicão, Esmoriz, Águeda, Estarreja, Alcobaça, etc..
Lançam-se bombas, como em Vale de Cambra, Fafe (destruição de uma residência e mercearia), Anha (destruída uma oficina e uma residência), Évora (atentado contra Dinis Miranda, dirigente do PCP, com destruição de uma pobre residência).
Destroiem-se bens e haveres em residências, cafés, escritórios, consultórios de destacados democratas, respeitados na sua terra e conhecidos no país e no estrangeiro, como o dr. Lino Lima. Destroiem-se também automóveis e motorizadas, como em Famalicão, Ofir, etc..
Atacam-se sedes de sindicatos (Águeda, etc.) e reuniões sindicais (Ofir, etc.).
Faz-se a “caça aos comunistas” e expulsam-se militantes operários e outros democratas de fábricas, hospitais e localidades.
Ataca-se a rádio, jornais e jornalistas, como é exemplo o cobarde e selvático espancamento e tentativa de homicídio da empregada Lisete Moreira, da delegação do “República” no Porto.
Ao contrário do que diz a propaganda reaccionária, não é a população que comete estes crimes. Quem os comete são bandos fascistas, bandos contra-revolucionários, enquanto a população é atemorizada.

As liberdades estão em perigo.
Ainda há pouco a reacção arvorava uma máscara popular, pacífica, democrática, mesmo socialista. E escondia-se à sombra de partidos que diziam estar com a revolução e querer o bem estar e a felicidade do nosso povo. Afirmava querer viver em liberdade e dizia respeitar essa liberdade.
Hoje, a reacção avança já a descoberto com a sua verdadeira cara. Avança com os seus homens, com ex agentes da PIDE, com ex legionários, com ex membros da ANP, com caciques fascistas, com lacaios do grande capital e dos grandes agrários. Aproveitando-se da estabilidade política, vendo as hesitações e mesmo a passividade das forças armadas e de segurança, os reaccionários passaram, sem disfarce, à ofensiva, recorrem abertamente a processos fascistas.
A reacção serve-se da mentira e da calúnia, aproveita-se da ignorância e despolitização de vastas camadas populares, apela para os mais baixos sentimentos. Tenta criar (e nalguns casos conseguiu) um clima de histeria, insegurança e temor. Viola as mais elementares liberdades. Mostra claramente o que esperaria o nosso povo, se acaso conseguisse fazer vingar os seus planos.
Os assaltos, os saques, os incêndios, as perseguições, os atentados, a violação das mais elementares liberdades, todo um já longo cortejo de crimes, demonstram que as forças negras da reacção só avançam a ferro e fogo, só vencem com a dor e o sofrimento do povo. Nada respeitam, nem sequer a propriedade privada que dizem defender.
Os crimes fascistas são fogos anunciadores da contra-revolução. Em certas localidades, como por exemplo em Famalicão, os fascistas (arruaceiros, incendiários, ladrões) avançam à solta, são de novo reis e senhores: apresentam-se já como heróis e salvadores; colocam a bandeira nacional a meia haste em memória dos seus homens de mão, mortos em flagrante delito.
A continuarem hesitações e passividade por parte das forças armadas e de segurança, se não houver uma resposta pronta e enérgica por parte das forças autenticamente democráticas e revolucionárias, a contra-revolução alastrará, não poupando nada nem ninguém, nem sequer aqueles que com o seu anticomunismo lhe abriram as portas.
Urge esmagar a contra-revolução!
O perigo da contra-revolução não pode ser subestimado. Os órgãos de Estado têm de intervir, tão prontamente quanto possível. Para por cobro às acções dos provocadores e vândalos contra-revolucionários e fazer respeitar a ordem democrática. O povo tem o direito de esperar e exigir que o MFA e as Forças Armadas e de Segurança não se intimidem e ajam com decisão para estancar, reprimir e, nalguns casos, mesmo esmagar, a contra-revolução, para garantir a tranquilidade e as liberdades públicas. Se o fizerem, as Forças Armadas terão o povo consigo – mesmo aqueles que hoje estão intimidados pela violência fascista.
Mas a luta para esmagar a contra-revolução não cabe só aos órgãos de Estado e às Forças Armadas e de Segurança. É tarefa de todos os patriotas, de todos os democratas, de todos os revolucionários, do nosso povo, cujos sentimentos antifascistas mais uma vez têm de despertar.
Unamo-nos para fazer frente e esmagar a contra-revolução!
Sem perda de tempo, unamos na acção imediata todos os antifascistas, civis e militares, todos os que querem defender as liberdades!
Nas fábricas e nos campos, nas empresas e nos portos, nos sindicatos e nas ligas camponesas, nas escolas e nos bairros, em todos os locais de trabalho, em todas as organizações unitárias de base, em toda a parte, os comunistas estendem a mão aos socialistas, aos católicos, aos portuguesas e portuguesas de outras tendências, para que nos unamos em defesa das liberdades, para esmagar a contra-revolução.
A hora é de unidade e de acção!
Trabalhadores, democratas, antifascistas! Façam ouvir a vossa voz, façam agir a vossa força – em defesa das liberdades, da democracia, da Revolução!
- Fim imediato dos crimes fascistas!
- Intervenção decidida das Forças armadas para assegurar as liberdades democráticas onde elas foram suprimidas pela reacção!
- Prisão imediata, julgamento e punição dos responsáveis pelos crimes fascistas!
- Que se ergam por toda a parte comités de defesa e vigilância popular, em aliança com o MFA, para destruir os bandos fascistas, esmagar a contra-revolução, assegurar o exercício das liberdades, defender as grandes conquistas da Revolução Portuguesa e garantir a construção de um Portugal democrático a caminho do socialismo !

6 de Agosto de 1975

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